RESENHA
Por Felipe Pires
Algumas observações:
O livro de Samba, o dono do corpo – em boa hora relançado, com acréscimos substanciais – continua um marco para os estudos teóricos sobre o samba, gênero que ainda desperta muitas controvérsias entre os estudiosos, quer no plano da historiografia, quer na reflexão crítica.
Sodré tem a sua linha argumentativa bastante apoiada em um ponto às vezes bastante temido, a síncopa – que ele chama de “mistério do samba”. A síncopa é um elemento onipresente na música de diáspora negra, resultado de uma existência de um pulso nos corpos negros, em que a ausência da acentuação no tempo um é suprida nas palmas, nos pés ou numa forca magnética, impulsiva, intuitiva no povo negra, seja no samba ou no jazz.
Sodré fala em seu livro a importância de um conhecimento do samba que fuja das narrativas negacionistas que o mercado impõe. Contudo, para além da explicação teórica, Muniz Sodré também publicou entrevistas com Donga, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Ismael Silva e Almirante.
Para citar alguns compositores/artistas:
- Henrique Alves de Mesquita conhecido como o criador do tango brasileiro.
- Ernesto Júlio de Nazareth (Rio de Janeiro, 20 de março de 1863 — Rio de Janeiro, 1 de fevereiro de 1934) foi um pianista e compositor brasileiro, considerado um dos grandes nomes do maxixe, considerado, desde os anos 1920, um subgênero do choro.