Ilê Aiyê

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GRUPO MUSICAL MAPEADO, BLOCO ILÊ AIYÊ (1974)

Por Newton Pimenta

Um dos mais antigos blocos afros de carnaval, o Ilê Aiyê foi fundado em 1º de novembro de 1974 no Curuzu, um dos bairros de maior concentração da população negra em Salvador, pelas mãos de Antônio Carlos dos Santos e
Apolônio de Jesus, trazendo uma história de luta contra o preconceito racial.


No começo o bloco foi perseguido pela imprensa da época que considerava ter intenção subversiva. Durante muito tempo o Ilê Aiyê teve sua história ligada ao Ilê Axé Jitolu que na época era dirigido por Yalorixá mãe Hilda. Essa ligação contribuiu muito para o crescimento do bloco na sua comunidade.


Hoje o bloco Ilê Aiyê tem uma representatividade fortíssima tanto no Carnaval, como no papel social mantendo escolas, diversos cursos que atendem as crianças e jovens carentes de Salvador. O Ilê Aiyê com toda sua luta e garra foi reconhecido patrimônio da cultura baiana, sendo o responsável por grandes mudanças na luta pela igualdade e respeito por homens e mulheres negras no nosso país.


O Ilê Aiyê se inspirava nas histórias de luta do povo de Angola para manter a sua liberdade de expressão, beleza e riqueza. Com a clave do Samba Afro e seu toque de clamor nos passam conhecimento da história de povo negro de raça e força, podendo assim nos conscientizar e abrir nossos olhos para o mundo de lutas, com perdas e ganhos.


Eu escolhi a musica havemos de voltar, do álbum Canto Negro, que foi lançado em 1985, essa musica e uma autoria de Edson de Carvalho (xuxu) e augusto Moreira (cuiuba) eu escolhi essa musica pelo fato de ter um significado muito forte pra mim com o ponto de querer igualdade de um povo usando nossa religião de matriz africana candomblé ao final da musica eles no passam um belo conhecimento de carinho e respeito que e  uma cantiga do candomblé de angola “eua que bembesuê chibinganga da moximba dunda meu catenboiô”. Essa música foi feita por um caboclo para uma ekedi, que na tradução diz “mãe independente do meu coração está doendo eu estou aqui porque a senhora me chamou”.


O Ilê nessa sua jornada vem seguindo uma linha de músicas instrumentais tendo como foco a percussão. Seus arrastões para o Carnaval começam com seus rituais na saída do Curuzu, chegando na avenida com seus tambores prontos.

A banda do bloco Ilê Aiyê é formada apenas por percussões tendo como guia da banda o repique, que é o instrumento maestro da banda, que, com seu instrumento, é responsável em dizer qual toque será desenvolvido naquele momento. Logo após vem a caixa, que é o instrumento de brilho, responsável por dar o swing do toque desejado, assim vem as marcações de 1 e de 2 tem como a marcação de 1 responsável por desenvolver um toque fixo, que seria chamado de base e a marcação de 2 por fazer a base dobrando. Os fundos, que são os instrumentos responsáveis pela pancada mais segura de andamento do toque, são os únicos instrumentos que não param a nenhum momento na banda e, por fim, os timbaus que são os instrumentos que falam o sentimento das músicas nas bases e nos seus solos. Tendo assim a junção do samba afro.